FEBRE
Refulgem os botões de tantas flores
no teu jardim, repleto de matizes,
razão dos meus olhares mais felizes,
atentos aos painéis abrasadores.
Da bruma perfumosa, os chamarizes
atiçam desatinos, são vapores
cobertos de magia, causadores
da febre que emudece meus juízes.
As regras do pudor desobedeço,
em emoções carnais me reconheço,
perdido nos impulsos corporais.
Não tenho condições de haurir sem fúria,
perante tuas curvas, a luxúria
pulsante em aprazentes roseirais.