IMAGEM DO GOOGLE


A INDIFERENÇA [882]

Quem com dramas alheios não se importa,
e a julgar-se no mundo ser alguém,
mais faz jus dos humanos ao desdém,
pois tem alma no corpo, mas é morta.

Nunca sejas omisso, e nem convém!...
Faz teu lume acender, além da porta,
então teus verdes plantes noutra horta,
lá onde os sonhos brotem como um bem.

Desta vida, as desgraças mais humanas
me comovem e enervam, fundamente,
mas tu – indiferença – não me empanas.

Já me poupem ficar indiferente:
da cauda de um problema às barbatanas,
dele seguro às crinas pela frente.


Fort., 22/09/2020.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 22/09/2020
Código do texto: T7069418
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.