ESPERAS

Não, minha amiga, não demora!
Vem antes que as durezas do dia
esmaguem o momento que seria
nosso, na irrealidade da hora.

Vem antes do por do sol que a tarde
tem sido apenas de esperas inúteis
desentranhadas de propostas fúteis
que me ocorrem no penoso aguarde

de que chegues. E, se chegares,
que me venhas tal qual eras
da primeira vez, no assombro

do encontro, nos doces lugares
das mesmas carícias, nas esperas
que sempre acabavam no teu ombro.