RIOS DE FOGO
Faceiros, partilhamos balbucios,
ardendo entre blandícias, completude:
declarações repletas de inquietude
ouvidos tomam, nutrem arrepios.
A ebulição dos lábios erradios
consente que o desejo se desnude;
dos corpos toma posse a lassitude,
sem fôlego, de lavas somos rios...
À mesa dos prazeres, cobiçosos,
servidos de banquetes majestosos,
aproveitamos tudo, imoderados.
Olhares e sorrisos dardejantes
são marcas desenhadas nos semblantes
pelo arrebatamento transformados.