Eu lírico

Não confunda o que escrevo e o que sinto

Nem tudo de uma vida cabe nos vocábulos

Não pense, contudo, que ao escrever eu minto

Faço das palavras meus suportes, báculos

Por vezes eu escrevo daquilo que penso

Outrora, solícito atendo uns pedidos

Há momentos em que o que acho, dispenso

E até sonhos alheios são empreendidos

Escrever, por fim, é arte que liberta

Não existe n'arte coisa errada ou certa

Aprecie-a ou não. É tua liberdade

Que eu continuo cá com meus sonetos

Sejam os hodiernos ou os obsoletos

Pois, de alguém eles serão a verdade.