Ode à juventude.
Enorme coisa faz a juventude:
O sonho grita o canto afortunado,
A glória espanta a velha finitude
E os versos formam vil amor ilhado.
O espírito corrói com vil virtude
A pétala fugaz e o horror alado.
As cores cortam dia amedrontado
E esmagam o sentido, plenitude.
O céu da vida, a vã escuridão
A terra triste como falho açude,
A força fraca e bela, imensidão.
Esforço feito e preso com poema,
Com pena, dó, horror e coração:
A lágrima sozinha do fonema.
Talvez,
Pedro Lino.