SONETO AO AMOR TOTAL.
Eu que de longe te observo,
Sentindo aguda dor no peito,
Vendo em teus lábios sorrir perfeito,
De admirador tornei-me agora servo.
Me aproximo de ti meio sem jeito,
Meu olhar descabido, às vezes pervo,
Fez-se inútil o que a tanto preservo,
Ao brilho do teu tudo é desfeito.
Nos meus olhos o reflexo desse amor,
Nos teus reflete a minha vontade insana,
Amor proibido que ao coração profana.
És tão bela, 'senhora soberana',
Que me inspira a este poético clamor,
Em cada verso, desespero, lágrima e dor.