GRITOS CANIBAIS
Àqueles que desejam minha morte
e encontram, nessa busca, diretriz
imponho a exuberância da raiz
nutrida de esperança, meu suporte.
Ferido posso ser, porém, o corte
em pouco tempo torno cicatriz
e o sangue derramado, qual verniz,
indumentária deste peito forte.
Não temo a grosseria dos punhais
nem olhos, dentes, gritos canibais
voltados contra mim, alucinados.
Por mais que seja, um agressor, severo,
se os alicerces ficam, persevero,
renasço dos escombros espalhados.
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Texto inspirado em uma postagem do meu amigo sonetista Marco Aurélio Vieira no Facebook.