Soneto em segredo
Eu vou ao que me for, quaisquer guaridas
e o que couber eu quero, com vontade
assanho o vento, vou às sete vidas
talvez até o que se espera da saudade.
eu vou ao que me for, sem ter medida
e em cada fino amor fazer alarde
versar que seja rubra a margarida,
Quão amarela aos olhos da verdade!
É que ao poeta, a flor por entre os dedos,
fita uma prosa, conta-lhe um segredo,
tão acanhava a cor, que então corava.
Contar a todo amor a cor do beijo,
faz do poema coxo de desejo,
caruncha o verso e assopra o que restava.