MINHA PEDRA

Ofereço-vos agora minha pedra

Retirada dessa ostra interior,

Trabalhada, com afinco, pra ser pérola,

Para ser ofertada com amor.

Minha pedra genuína, minh' dor

Contundente, sem regra aritmética,

Apresento-vos qual fosse uma flor,

Camuflando sua dura essência pétrea.

Minha flor, minha dor, minh' poesia,

Esculpida, com tristeza e alegria,

Para o mundo admirar sua aparência?...

Esculpida como rosa co’espinho

Pra depois ser exposta no caminho,

Para o mundo estudar a sua essência!

© Antonio Costta