OS ANJOS DA MANHÃ (A Mario Quintana)
Um anjo pousa em meu telhado,
Empunha, cinge e canta a lira.
Outros anjos mais adiante
Fazem também papel de bardo
E cada das manhãs suspira
Tão angélica e deslumbrante.
Anjos com muito de meninos
Provocam canto em sabiás,
Esperam o soar do sino,
Cujo intuito é dar paz.
Vão-se quando chegam os pombos,
Deixam-nos rastros de poesia
No ar, chão, alma, até escombros,
Ensejos de belas melodias.