Soneto de primavera
O sol brilha mais forte, é primavera,
botões se abrem em perfumadas flores
e o bem-te-vi vem cantar na janela,
apreciando o amanhecer de tantas cores!
Passarinhos acordam de mansinho,
já aquecidos pela luz do sol,
aconchegados no calor do ninho,
ensaiam sinfonia em si bemol!
Desperto do sonho de primavera
que veste minha alma de quimera,
com um novo amor a me acarinhar!
Então me enfeito de folhas e flores,
retiro do coração todas as dores,
e nesse sonho vou me perfumar!
‘Fala-me de ti, primavera,
e diz-me qual o segredo de tanto encantar
sem nunca perder o mistério, o fascínio.’
(Florbela Espanca)
O sol brilha mais forte, é primavera,
botões se abrem em perfumadas flores
e o bem-te-vi vem cantar na janela,
apreciando o amanhecer de tantas cores!
Passarinhos acordam de mansinho,
já aquecidos pela luz do sol,
aconchegados no calor do ninho,
ensaiam sinfonia em si bemol!
Desperto do sonho de primavera
que veste minha alma de quimera,
com um novo amor a me acarinhar!
Então me enfeito de folhas e flores,
retiro do coração todas as dores,
e nesse sonho vou me perfumar!
‘Fala-me de ti, primavera,
e diz-me qual o segredo de tanto encantar
sem nunca perder o mistério, o fascínio.’
(Florbela Espanca)