Declamação de um soneto
Do centro de um coreto
O poeta declama um soneto
Com versos simples e diretos
Acerca de sonhos vívidos e concretos.
A multidão que passa, para e ouve
Atentamente, espanta-se, pois nunca houve
Na cidade um poeta corajoso,
Teve crítica por não ter métrica nos versos (espantoso!).
O poeta sonha com o dia
Em que haverá mais gosto pela poesia.
Quem não imagina a inspiração atrofia,
É preciso devanear nesta realidade atroz,
A frieza, o ceticismo agem como algoz
Tenhamos calma, andemos em vagareza veloz.
04/09/2020