Nona prece
Aqui, enquanto o sol pouco aparece
no enquadro da janela do meu quarto,
me surge um raio só, desajeitado,
em forma de poesia, e me amanhece:
Talvez este setembro, a nona prece
da nossa grã descrença, seja um trato
entre a superação e o super ato
de estar sempre à mercê do que acontece.
Sibila o vento, a sílaba mais nova
de possibilidade, que renova
a impossibilidade de ir embora
sem ter provado o mel de um recomeço
e ter se desdobrado pelo avesso
pra "ser feliz a começar de agora".