Nona prece

Aqui, enquanto o sol pouco aparece

no enquadro da janela do meu quarto,

me surge um raio só, desajeitado,

em forma de poesia, e me amanhece:

Talvez este setembro, a nona prece

da nossa grã descrença, seja um trato

entre a superação e o super ato

de estar sempre à mercê do que acontece.

Sibila o vento, a sílaba mais nova

de possibilidade, que renova

a impossibilidade de ir embora

sem ter provado o mel de um recomeço

e ter se desdobrado pelo avesso

pra "ser feliz a começar de agora".

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 02/09/2020
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