Degustando o ardor

não me interessam os canhões

prefiro as belas flores

escolho sentir as dores

da saudade de outros corações

não me interessa o abraço espinhoso

opto pelo olhar repleno de fulgor

decido degustar a pujança, o ardor

de um sentimento terno, mavioso

não me interessa a palavra bajulada

delibero um silêncio bem dito

apinhado de coisas que acredito

não me interessa um sorriso sem vida

há muito mais numa lágrima sentida

há muito mais numa rosa despetalada

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