VIÉS...
Eu vou pela estrada ainda fria...
Da neblina condensada aos meus pés...
Ensaiando uma esperança aguerrida...
Enquanto vou contando até dez.
Ouvindo de longe uma reza antiga...
Vinda das ressonantes bocas de fiéis...
Nessa hora tua imagem me intriga...
És minha vida ou dessa um viés?
Já que maculas qual sol da caatinga...
Rachando a alma que se castiga...
Na sombra dos cactos e seus revés.
Espinhos que ainda deixam riscas...
Nesse deserto solidão é rima rica...
Mas não o tanto quanto tu és.