INTERSTÍCIO
O desamor muito tem feito eu chorar
Mas o amor me dá a esperança de amar
Entre intervalos, dissabores e sacrifícios
Sou menina-mulher de aguentar esse interstício
Às vezes sou um barco navegando sem vela
Um jardim totalmente despido, sem flor
Ou um rio que deságua e corre manso
Sobrevivendo ao passar pelas pedras
Uma onda de calmaria invade meu ser
O silêncio borda a sabedoria para esquecer
O reflexo da desilusão que ora embaça
Desapego meus sentidos de alguma caça
Mas ainda acredito na grandeza do amor
É uma promessa divina a meu favor