INTERSTÍCIO

O desamor muito tem feito eu chorar

Mas o amor me dá a esperança de amar

Entre intervalos, dissabores e sacrifícios

Sou menina-mulher de aguentar esse interstício

Às vezes sou um barco navegando sem vela

Um jardim totalmente despido, sem flor

Ou um rio que deságua e corre manso

Sobrevivendo ao passar pelas pedras

Uma onda de calmaria invade meu ser

O silêncio borda a sabedoria para esquecer

O reflexo da desilusão que ora embaça

Desapego meus sentidos de alguma caça

Mas ainda acredito na grandeza do amor

É uma promessa divina a meu favor

Esperança Castro
Enviado por Esperança Castro em 31/08/2020
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