O cortejo do poeta

Meu minuto é de luta e me ajusto
e me arrebato na busca do trato...
Sou poeta que refaço e rebusco
o que a luta me deixou como extrato...

Agradeço o que faço, não me assusto
e conservo o bem que me é inato...
A navalha corta o que me chamusca
e toca para frente o que é vasto...

Não sou demais, nem de menos, nem pouco;
quase tudo quanto quero reviso
e sem me perder na vida tampouco...

Não espero novas saudações por isto,
mas me integro à verdade e cavouco
pra que a minha boa hora seja em Cristo...