ESPERA (soneto)

Ah! quem dera que as lembranças de outrora

Inda aromatizasse! Ah! e que assim pudera

O tempo de ontem fosse o tempo de agora

E não só este imaginar: - a outra primavera

Já não se tem mais uma extasiada aurora

No vetusto ser, tudo é igual, sem quimera

Onde a imaginação era de hora em hora

Agora, silêncio. Ah! como díspar quisera:

Debruçado nos sonhos, e o sonho recendia

O desconhecido, cheio de poesia intensa

No brotar do alvorecer duma nova hera

Ah! quem me dera que isto, fosse um dia

Uma razão, e não devaneios d’alma densa

De saudades, que poeta suspira e espera...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

28/08/2020, 15’18” – Triângulo Mineiro

Vídeo, Canal no YouTube:

https://youtu.be/8MCw1IqywEA

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 28/08/2020
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