A minha vez é uma festa

O tempo engole sem piedade a matéria...
Em vão, ruminamos o tempo nessa espera,
até se dizimar em bela forma etérea,
retornando ao início recompondo a esfera...

Sem ser dono de nada, nem mesmo do corpo,
pagamos aluguel ao bedel do tempo
pelo espaço passageiro na esfera azul,
enquanto ela, mais rápida do que uma bala,

caminha num estreito leito carcerário,
em torno do Sol, que também é partitura
de uma canção sideral escrita nas estrelas...

Persigo nessa caminhada o que não entendo,
pretendo outras que são passageiras ou ignoro,
mas sigo em frente, sem pensar, esperando a hora!