Delicadeza
Tão delicado que é preciso conhecê-lo austero,
Prová-lo apreciando-o ao sabor, onde paira
Esvoaça sobre as papilas, o gosto do etéreo,
Concretizado, fincado dentro do beijo.
Sentir logo após ele, exalados complementos
Que perduram elevados no ar por minutos,
Os essenciais para vê-lo em movimento,
E ouvir as mais francas e belas palavras.
Deter ao alcance das mãos a febre de um tecido
Explorada, que possui única sua temperatura,
E o toque sutil que engrandece, bem translúcido
Corpo, que totaliza a venustidade da criatura
Querida... E o recato humilde do sublime músico,
Mira o amor e seu espelhar, o artesão e sua escultura.