SOLIDÃO

Solitário, aquele banco de jardim

imóvel sob as intempéries do tempo,

é cercado de ventos gelados sem fim

e por estórias esquecidas no tempo.

Vê-se o abandono nessa solidão

sob os estremecimentos dos arvoredos,

e a cada tremular dos galhos em vão

soltam-se as folhas para os degredos.

Sob sol ou chuva aquele banco,

fica à espera de alguém por abono

que venha cessar o seu abandono.

E deixar de ser tão só, tão branco,

Para colorir-se de alegrias em dias de outono

e ter a companhia de um sorriso franco!