Cachaça e poesia

sou um poeta fecundo,

espargindo mel e flores,

sucumbindo prantos, dores.

emanando o amor pelo mundo.

sou também, errante.

derramo, por vezes, a peçonha.

boto de lado a vergonha

e me faço um ser lancinante.

ora, adoro brincar com as cores,

embalado por doce melodia.

ora, açodo os dissabores,

evidenciando a minha rebeldia.

sou um bardo sem pudores,

banhado de cachaça e poesia.