VERSOS DE MORRER

“Na pulcra sepultura dos meus sonhos

Eu enterrei as minhas esperanças.

Restaram-me somente as mil lembranças

Dos dias mais felizes e risonhos.

Eu sinto os vermes acres e medonhos

A decompor-me a carne em tristes danças.

Aos vermes – deixo mil carnais heranças!

Aos vivos – deixo a morte dos meus sonhos...”

E assim se despediu da vida breve –

Chorando no portão do cemitério –

A pálida donzela sem ter sorte...

Tentei tocá-la – fria como a neve...

E o nome dela após um vil mistério

Bradou dizendo: “eu me chamo A Morte!”

Altamira-PA, 21/08/2020

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 21/08/2020
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