VERBO DESNUDO

O que seria de mim sem a palavra escrita,

Sem essa magia que invade minh'alma;

Que, as vezes, é bravio vento que agita,

E, não raras vezes, é brisa que acalma.

O que seria de mim sem a palavra escrita,

Sem o seu poder de sentir e falar por mim;

Estaria perdido na multidão, e de alma aflita,

Viver seria triste. Seria um morrer sem fim.

O que seria de mim sem a palavra escrita,

Interprete que, as vezes, se faz tão contrita,

Por entregar meus ais, em verbo desnudo;

O que seria de mim sem a palavra escrita?

Eu teria um coração a penar e uma alma aflita,

Pois, sem a palavra escrita...Eu seria mudo.

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 19/08/2020
Reeditado em 20/03/2022
Código do texto: T7040653
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