AMAR ?
AMAR?
Amar? Amei! Jamais cri ter sido amado
Digo isso por conta do pranto que chorei:
Pois se o mel da ventura eu não provei
Na boca o mal da perda está guardado.
Ah! Amar talvez tenha sido o pecado
Que um dia eu cometi e já não sei
Se amaram-me alguma vez, mas eu amei
De tal forma, que hoje vivo condenado
Meu coração: um triste ser abandonado
Um louco que sofre, chora e que murmura
Pelos seus loucos amores do passado
Não vive d’outra coisa senão d’amargura
Chora o pranto que dele corre desatado
E faz da vida a sua própria sepultura