A NATUREZA E SUAS PAIXÕES
Olhando um sapo penso eu: pobre coitado!
Não deve ter amor, não deve ter carinho
Com aquele jeito estranho vive tão sozinho,
É assim que eu penso desse desajeitado.
Mas eis que pela noite o vejo enamorando,
E me pergunto então se a felicidade
É imune às aparências e, entre nós quem há de
Duvidar da natureza e do seu mando.
Quem há de duvidar que deve haver em nós
Duas cordas que se amarram pelos nós
Da força universal que é o amor.
As diferenças nossas são todas iguais
Quando nós nos comparamos aos animais
Onde as paixões têm o envolvimento e o motor.