SONETO REBELDE
Lilian Maial

Da solidão conheço a silhueta,
A face sepulcral do desalento,
É como o chumbo derretido ao vento,
É como a folha morta na sarjeta.

Ela tem rastro, feito um vil cometa,
Parece doce no padecimento,
É companheira de qualquer momento,
Cruel casulo, prende a borboleta.

Por isso imploro que não me acompanhe,
Que deixe os versos seguirem seu rumo,
E achem um par que lhes dê boa sorte!

Que esse poema rebelde se assanhe,
E abrace a vida, lhe sugando o sumo,
Antes que o sonho se case co'a morte!


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