A CAPA DO LIVRO
Na estante da biblioteca, vi um livro de linda capa.
Nem lembro que livro é esse! Mas a capa é linda!
Aproximei-me. Outra vez o admirar da capa me escapa,
Então folheei. Nessa hora o meu admirar finda.
Esconderam sob a beleza, um asco horror.
O feio, coberto por glamour se disfarçava,
E eu que o admirava, nem imaginava o terror,
Ative-me à capa e esqueci-me o que interessava.
Assim as “víboras” humanas “vestidas” de “vaga-lume”.
Brilham por fora, em reluzentes “capas” falsas,
E da “montanha” da sobriedade, jamais chegam ao cume.
Capa bonita nem sempre representa a beleza geral.
A beleza interna é que reluz lá fora
E assim merece um aplauso gigante e literal.
Ênio Azevedo