DO SILÊNCIO...

SONETO I

Do silêncio, palavras grandiosas

O universo inteiro é seu discurso

E a pausa uma cadente estrela em curso

E os gestos sem palavras vem das rosas...

Do silêncio, dialéticas poderosas

Na morte d'uma estrela sem recurso

Com um buraco negro em seu percurso

A voz do Criador unindo as prosas...

Silencios(à)mente unindo versos

A poesia cala os universos

Deixando o barulho à voz do Homem...

Assim pela palavra o Homem dita

E hoje chega aqui sua desdita

Barulhos do egoísmo o consomem...

Na voz do orgulho, gritos... Voz maldita!...

SONETO II

Mas o silêncio eterno em paz escuta

Da infinita luz impenetrável

Ouvindo os gritos sempre inabalável

Responde com o silêncio sem disputa...

E fala ao íntimo sangue numa luta

Constante entre o bem e o mal, louvável

Por onde o dom do bem inevitável

Será pra sombra a luz, luz absoluta...

Pois, na meditação em plena treva

A alma que medita se eleva

Em luzes diferentes para o mundo...

De um olhar calado e enternecido

A humanidade tem reconhecido

No silêncio do verbo o amor profundo...

Autor: André Luiz Pinheiro

01/08/2020