MEU PÉ DE TAMARINDO
(Dedico ao Mestre Milton Marques Júnior e ao Professor Chico Viana, que inspiraram este resgate. Não saiu a décima, sequer o mote, talvez o homem da ‘epigênese do carvalho’ tenha me dirigido ao soneto reminiscência...)
Há um pé de tamarindo em minha infância
e, é tão presente que às vezes me assusto.
Será que agora é como eu vetusto,
mas segue altivo, em significância?
É chegar lá e vem-me a boa ânsia.
Escalo os galhos, coração adusto
talvez não brilhe como o irmão augusto,
mas para mim é plena rutilância.
Era-me escada pra escalar telhados,
dali do Alto ver descortinados
futuro e sina de alegria e mágoa.
Reina solteiro à infância-latifúndio
meu pé de tamarindo que é gerúndio
e segue a encher-me boca e olhos d’água...
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