MEU PÉ DE TAMARINDO

(Dedico ao Mestre Milton Marques Júnior e ao Professor Chico Viana, que inspiraram este resgate. Não saiu a décima, sequer o mote, talvez o homem da ‘epigênese do carvalho’ tenha me dirigido ao soneto reminiscência...)

Há um pé de tamarindo em minha infância

e, é tão presente que às vezes me assusto.

Será que agora é como eu vetusto,

mas segue altivo, em significância?

É chegar lá e vem-me a boa ânsia.

Escalo os galhos, coração adusto

talvez não brilhe como o irmão augusto,

mas para mim é plena rutilância.

Era-me escada pra escalar telhados,

dali do Alto ver descortinados

futuro e sina de alegria e mágoa.

Reina solteiro à infância-latifúndio

meu pé de tamarindo que é gerúndio

e segue a encher-me boca e olhos d’água...

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Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 09/08/2020
Reeditado em 12/08/2020
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