ANDO FEITO UM LOBO SOLITÁRIO
Por esta estrada tortuosa e íngreme,
Vago sem rumo, qual torvelinho,
Minha alma angustiosa exprime,
Medo e solidão, vago neste caminho.
As vezes perco-me numa clareira,
Outras vezes encontro-me na mata,
Tão fechada e cheia de ladeira,
Tento ser forte e ser acrobata.
Para não escorregar nas armadilhas,
Finco com força no chão minhas alpargatas,
Feito um lobo solitário desgarrado da mantilha.
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Ou como no mar à deriva uma fragata,
Já não suportam as dores minhas panturrilhas,
O mundo, a vida têm sido para mim ingrata.
João Pessoa-Pb, 07/08/2020 Francisco Solange Fonseca