ALFARRÁBIO
Há muito pelos cantos, o alfarrábio...
Guardando em si rascunhos de uma vida,
Vozes que não saíram pelo lábio,
Mas falam de emoção não dividida.
Leitura comparada à do astrolábio;
Que além desse horizonte faz sabida
A sensação grafada de algum sábio,
Para não esquecer, mas esquecida.
Ah, cada rabisquinho faz sentido!
Um D.N.A., talvez, de uma pessoa,
Detalhes quase sempre resumidos.
Relíquia do saber escrita à toa,
Lembretes de valor em tempos idos,
Entre falas de amor que ainda ecoa.
Grato, belíssima interação:
Valem muito, valem tanto...
Mas perdidos pelos cantos,
se fazem de todos, esquecido.
Triste sina, triste glória,
sequer entraram para a História.
(HLuna)