SONETO SEM SONO

Tarde da noite. Ao meu leito me abrigo

Meu Deus! E está insônia! Que conversa

Morde-me o pensamento, e tão perversa

Numa flameja que acorda, tal um castigo

Meia noite. E o silêncio também versa

Tento fechar o ferrolho, e não consigo

Da espertina. E assim impaciente sigo

Olho pro teto, numa quietude inversa

Esforços faço, remexo, me envieso

Disperso, nada! O sono se concreta

E o meu fastio já se encontra farto

Pego no devaneio, e o olhar ali reteso

Arregalado, e nesta apertura secreta

Fico ancorado neste túrbido quarto

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

05/08/2020 – Triângulo Mineiro

Vídeo, Canal no YouTube:

https://youtu.be/7xBROf4-6n0

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 05/08/2020
Código do texto: T7026910
Classificação de conteúdo: seguro