A CÉU ABERTO
A CÉU ABERTO
A podridão do mundo é mais imunda
Quando canal de esgoto da cidade...
Cloaca de mil latrinas, na verdade,
Lá a merda de todos sempre abunda.
Pois corre a nos levar, segunda a segunda,
As baixuras do corpo e a iniquidade
Das mentes cuja insã perversidade
Fazem 'inda a miséria tão fecunda.
A céu aberto e à vista das pessoas,
Corrente d'águas negras e lodosas
Onde antes peixes, redes e canoas.
E depois das cascatas vergonhosas,
Desembocar em fétidas lagoas
Restos de nossas vidas duvidosas.
Belo Horizonte - 02 07 2000