Água Ardente
Queria voltar aos tempos bons e antigos
Por mais que este sonho seja hoje estranho
Sentir a paz dos teus olhos castanhos
Seria um alívio ante ao caos que abrigo.
Desta vez, evitaria o próprio umbigo
É ele o ventre da decepção em rebanho
Do arrogo um murro e do tombo o tamanho
Que endossam a embriaguez da vida, amigo.
Não é a vida um baú tosco e indiferente
Onde o perdão é o egoísmo (por completo)
E a culpa é a justiça em largo instante.
Queria voltar ao ontem q'ainda hoje é ausente
Pra dar-te um abraço e não um soneto
que só realça a dor se dela é o ocupante.