LÁGRIMAS DE ESPUMA
(Interação ao poema O MAR E A TERRA, do
poeta Ricardo Camacho)
Juntos, de uma mesma cepa filhos,
Em convivência por eras e eras,
Por vezes agem como duas feras:
Chocam-se como trens num mesmo trilho.
Para o mar, a terra é um empecilho,
Quando, em seu caminho, o oblitera.
Vai longe o estrondo que o embate gera,
Fim de viagem para o andarilho.
No choque sai ferido o rochedo,
E o mar chora em lágrimas de espuma.
O seu berro é forte de causar medo,
Mas esta história é uma novela,
Que se repete a cada procela.
Nada muda, é sempre o mesmo enredo.