LÁGRIMAS DE ESPUMA

(Interação ao poema O MAR E A TERRA, do

poeta Ricardo Camacho)

Juntos, de uma mesma cepa filhos,

Em convivência por eras e eras,

Por vezes agem como duas feras:

Chocam-se como trens num mesmo trilho.

Para o mar, a terra é um empecilho,

Quando, em seu caminho, o oblitera.

Vai longe o estrondo que o embate gera,

Fim de viagem para o andarilho.

No choque sai ferido o rochedo,

E o mar chora em lágrimas de espuma.

O seu berro é forte de causar medo,

Mas esta história é uma novela,

Que se repete a cada procela.

Nada muda, é sempre o mesmo enredo.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 29/07/2020
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