Afinal, quem sou eu?
Eu sei quem sou, e, disso não reclamo,
Pois, mais, a cada dia me convenço:
Eu sou a simples gota no oceano;
O grão de areia no deserto imenso.
Perante o macrocosmos soberano,
A esse vazio da escuridão pertenço...
Eu sou somente um átomo profano,
Pela inconstante solidão suspenso.
...E, nessa nave, onde a existência mora,
Sou mero passageiro, e, mesmo assim,
O tempo não perdura, nem vigora...
Não sou início, muito menos fim...
Sou nada no infinito que há lá fora;
Sou tudo no universo que há em mim...