Soneto fúcsia
Pelas vestes purpúreas roçam vinhas,
parando nas mãos tuas delicadas,
passando-lhe o calor que sai das minhas,
deixo-lhe a face mais e mais corada!
Dançam recortes rubros de cetim,
numa canção despertam-me o afã
de provar esse corpo de marfim,
escultura deitada em meu divã...
Retrato aqui em palavras o que vejo,
inconsequente, exponho o meu desejo,
tudo projeto, um textual ecrã.
Alvejam-me luzentes avelãs
feito projéteis da remota Rússia.
Mas como é perigosa esta Kathyucia!