SONETO PERDIDO

"Andas tão místico, andas tão distante

E a noite em teu olhar exala estrelas

A penhorar destinos, perturbante

É o teu errar alheado, sem chancelas.

És outro, sendo o mesmo ao mesmo instante

No qual trafegas nessas mesmas telas

Do enigma obsceno em passo triunfante --

Andas tão louco e é pouco o que revelas...

Trarás certezas dessa trilha obscura?

São tempos, eu bem sei, de desespero

E a dor tece elogios à loucura.

O fruto do querer é sempre verde

Em teu errar alheado mas sincero...

És como algum tesouro que se perde."

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 25/07/2020
Código do texto: T7016292
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