DE SENTIMENTOS E AVES
Os sentimentos acordaram como pássaros,
um esplendor de coloridos em plumagens
se introduzindo e se envolvendo, entrelaçando
em movimentos de balé a capa e máscaras.
Algumas aves alçam voos solitários,
outras vasculham, pelo chão, migalhas, ciscos,
sentires vários entre bárbaro e ordinário
a poderio, servidão, leveza e risco.
Os sentimentos ora alados e confusos,
de passarinhos meigos a aves de rapina,
dos urubus imundos à águia, ao céu, ladina,
fazem morada no arquipélago perdido,
em arvoredos de altas copas, terra farta,
da incongruência harmoniosa de ser gente.