A Dor

Vai e despedaça as fibras desta vida!

Punge, fria, as cadeias do meu ser...

Máquina inexorável de moer —

O que sou, uma esperança a Deus erguida?

A eterna luta de uma alma vencida?

Tão ligeiro a correr todo o prazer!

Mas sei que não termina ao morrer...

Fugir da lide só agrava a ferida!

Devo aceitar a dor cruel que talha

Como um diamante estando senciente,

Suportar impassível todo o mal.

Tornar-se campeão, mas sem medalha

Nem glória. Ser bom, bravo e paciente.

E sorver toda a dor até o final.

Thiago Marques Poeta
Enviado por Thiago Marques Poeta em 20/07/2020
Código do texto: T7011719
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