Canto da Morte
Ó, grande Tânato, servo do inferno,
Filho da Noite, Ceifeiro da vida,
Dono das chaves dos Campos Eternos,
A ti dedico a canção da partida:
Quando seu manto, de preto funéreo,
Tal como um véu, me recobre a visão,
Abro caminho no triste e cinéreo
Rio Aqueronte, no mar da aflição.
Frente aos juízes, no vil tribunal,
Onde a maldita sentença decreta
'Eternidade à prisão abismal!',
Viro, na sina que a foice acarreta,
Alma penada, vivendo imortal,
Dentro do aflito versar do poeta.