UM MEDO EM COMUM
Rasgadas faces impávidas
Toscos luxos sem valores
Diante abruptos dissabores,
Medo nas mentes ávidas.
A morte declara-se grávida,
Os corpos sentindo calores,
Ricos com seus desvalores,
E o mundo pasmo em dúvida.
No nascer do medo coletivo
Nasce também o descaso
E o direito torna-se seletivo.
Nada nesta vida é por acaso
Para tudo, há um motivo,
Menosprezar o risco é atraso.
Ênio Azevedo