Minha inspiração

O papel sentiu minha falta, nunca mais foi confidente,

sentiu saudade, pediu por caridade, não quero ser dependente;

hoje ele sorriu, deu até calafrio porque dele me aproximei;

desconfiado ele sabia, é uma garantia, que pra tocar nele, antes em ti toquei.

ele sabe das minhas mentiras, ele conhece as minhas verdades,

não importa onde seja, o que quer que me enseja, mudo até de cidade;

escrevendo sem amarras, confesso com as palavras o que tento esconder,

o lápis é confidente, faço ouvir contente a quem só faz ler.

o segredo é um só, é de simples compreensão;

basta apenas entender, o que precisa saber não é segredo teu,

escrevo querendo falar, posso até enxergar no mais escuro breu;

a verdade que me vem faz tremer o corpo até sair pela mão;

quando conto ao papel, elevo ao céu, aquilo que era só meu,

sem você não escrevo, pois não me atrevo a fazê-lo sem ti, doce inspiração.