Doze anos

Senti demais saudade até aqui

ao ver paixões passarem, doidivanas,

nos anos... doze inúteis porcelanas

trincadas na fraqueza que há em si.

De pesos pétreos tantos que vivi,

quinhentas e setenta e seis semanas

pesaram sobre as noites buzianas,

porquanto estive só e as vi sem ti.

Mas hoje te encontrei de novo. E agora?

Que tipo de decoro me apavora,

que não me lanço ainda aos braços teus?

Pequena, tal poético momento

nem vale, no final da José Bento,

do teu abraço o mais silente adeus.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 19/07/2020
Reeditado em 19/07/2020
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