Doze anos
Senti demais saudade até aqui
ao ver paixões passarem, doidivanas,
nos anos... doze inúteis porcelanas
trincadas na fraqueza que há em si.
De pesos pétreos tantos que vivi,
quinhentas e setenta e seis semanas
pesaram sobre as noites buzianas,
porquanto estive só e as vi sem ti.
Mas hoje te encontrei de novo. E agora?
Que tipo de decoro me apavora,
que não me lanço ainda aos braços teus?
Pequena, tal poético momento
nem vale, no final da José Bento,
do teu abraço o mais silente adeus.