DÚVIDA MEDONHA
 
Por quais mistérios estranhos e tortos,
Nos meus sonhos estarei caminhando,
Quando durmo e encontro os mortos,
Nos caminhos por onde vou passando?
 
Se eu sou a matéria que se manifesta,
É porque em algum lugar do universo,
Deve haver um pólo que me empresta,
Esta função de verso ou então reverso.
 
Mas quem de fato é real?  Eles ou eu?
Em que parte do mundo eu me ponho
Na que vive ou naquela que já morreu?

Então me vem esta dúvida medonha:
E se, na realidade, eu fosse um sonho,
Que alguém, lá no outro lado, sonha?