T A L VE Z.
Se de sonhos, quimera ou sensações
Sem querer extravasa o sentimento
Se pressinto amargor nas ilusões
Me embrutece talvez e por sedento.
Meu desdém o confesso a murmurar
Que das dores, sonhar me faz cruel
Quando a lua por ouvinte a clarear
Permitindo-me olhar-te para o céu.
Firmamento que imenso por deusa a única
Sonhador que se faz louco o sentir
Pensamento, de inerte um quanto triste.
Em suspiros que na alma, a desflorir
Do naufrágio no amargo em que partiste
Reconheço a presença mediúnica.
Barrinha 17 de julho de 2020