Sem razão de ser


Escrever um soneto fora da rotina,
Seria bem fácil, se eu não tivesse no peito,
Aquela chama por um amor já desfeito;
Daquela que é minha musa pequenina.


E qual seria do meu soneto a razão;
E do poeta sem a musa menina?
Vagariam de esquina em esquina
Mendigando uma luz na escuridão.


Sim, meus sonetos não podem ser diferentes.
E nem ao menos, vagos, incoerentes;
E sim soarem em tons de concertina.


Ah Deus!... Como seria triste e sem razão,
Meu soneto vagueando pela amplidão,
Sem ter nele o vulto de minha menina.