SICLOS DE VENENO
Ontem, desconhecida cobra rastejante
em um deserto de maus pensamentos,
picou-me com seu veneno inoculante,
neutralizado por um breve momento.
Tu, cuja estricnina na língua dissolves,
e no caldeirão desta febre de malícia,
montes podres de despudores envolves,
com doce perfume intrigante enfeitiças.
Na eira do pensamento em que habitas,
só há a maldade que logo cedo fenece,
na fala irresponsável das tuas desditas.
Se só me lês para produzir vã discórdia,
e tua descendência com zumbis parece,
teu ópio é vitamina para a nossa história.